O coletor de caracóis
Um relato da vida cotidiana.
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10/19/20231 min read
Estava caminhando em Struga, nas terras macedônias. De repente, vi um senhor de cabelos grisalhos próximo ao matagal. Esta é uma área nas redondezas do lago Ohrid e tem uma ótima trilha para caminhar e correr. Quando me aproximei desse senhor, conversamos um pouco, e ele me perguntou se eu passava por ali todos os dias. Eu disse que sim, mas, na verdade, não vou todos os dias, pois tenho um -dois dias de descanso semanal. Depois disso, refleti um pouco, já que estávamos tentando falar em inglês e macedônio, mas acredito que compreendíamos apenas cerca de 20% do que um falava para o outro.
Em seguida, perguntei: "O que o senhor faz na mata?" Ele me disse: "Eu pego caracóis. Eles são para o meu pássaro. Eu tenho um pássaro e ele gosta muito de caracóis, então eu sempre venho aqui pegar alguns para ele. Mas você vem todos os dias, não lembra de mim?" Eu respondi: "Lembro do senhor?" Ele disse: "Sim, conversamos esta semana." Eu disse: "Ah, sim, me lembro (mas vagamente)."
Depois disso, fui embora, disse adeus e desejei um bom dia. Quando saí, fiquei pensando se coletar os ditos cujos era muito seguro, pois eram caracóis. Aí me veio à mente que, em algum lugar do mundo, as pessoas comem um parente dos caracóis, o caramujo. Mas nesse caso o apelidaram de um nome bem singular: Escargot. Com uma breve pesquisa identifico que isso divide opiniões, alguns gostam, outros detestam, pois há uma série de riscos à saúde quando mal preparados.
A diversidade cultural sempre me surpreende. Tanto aqui quanto em lugares mais distantes como as terras francesas. Por enquanto, prefiro que os caracóis e escargots virem comida dos passariformes (risos).
